Planejamento de Viagem Solo: Quanto Custa Viajar Sozinha?
Viajar sozinha deixou de ser exceção para se tornar uma escolha cada vez mais comum entre mulheres de diferentes idades, perfis e estilos de vida. Dados de agências de turismo e plataformas de hospedagem mostram que o número de mulheres embarcando em viagens solo vem crescendo de forma constante nos últimos anos, um reflexo do empoderamento feminino, da busca por independência e da vontade de viver experiências autênticas no próprio ritmo.
Mas, junto com o desejo de explorar o mundo por conta própria, surge uma dúvida recorrente:
Afinal, quanto custa viajar sozinha?
Sem alguém para dividir despesas, como hospedagem ou transporte, será que viajar só é mais caro? E o que pode ser feito para organizar uma viagem segura, prática e financeiramente viável?
Neste artigo, você vai entender os principais custos envolvidos em uma viagem solo e descobrir dicas valiosas para planejar tudo com inteligência e equilíbrio. Com as estratégias certas, é possível viajar sozinha sem estourar o orçamento, e ainda aproveitar cada momento com liberdade e tranquilidade.
Por que Planejar é Essencial para Quem Viaja Sozinha
Viajar sozinha é uma experiência incrível, mas também exige atenção especial ao planejamento. Quando estamos por conta própria, cada decisão impacta diretamente a segurança, o conforto e até o bolso. Por isso, organizar a viagem com antecedência não é apenas uma etapa prática, é uma ferramenta de empoderamento.
Segurança, autonomia e controle do orçamento
Planejar bem significa escolher hospedagens seguras, saber como se locomover no destino e ter clareza sobre quanto você pode gastar. Isso evita surpresas desagradáveis e te dá autonomia para tomar decisões com mais confiança. Além disso, com o orçamento bem definido, é mais fácil priorizar experiências que realmente importam.
Redução de imprevistos e ansiedade
Saber onde vai se hospedar, como chegar de um ponto ao outro e ter uma ideia dos custos diários traz uma sensação de controle que reduz bastante a ansiedade, especialmente para quem está viajando sozinha pela primeira vez. Um bom planejamento te prepara para o inesperado e te dá mais tranquilidade para lidar com eventuais imprevistos.
Liberdade de escolha e adaptação do roteiro
Planejar não significa engessar a viagem. Pelo contrário: um roteiro bem estruturado abre espaço para mudanças e escolhas conscientes ao longo do caminho. Você pode deixar momentos livres para explorar com calma, incluir experiências que combinam com o seu estilo e adaptar o trajeto conforme o clima, o humor ou novas descobertas.
Fatores que Influenciam no Custo de uma Viagem Solo
Quando pensamos em quanto custa viajar sozinha, é importante entender que o valor final da viagem pode variar bastante. Existem fatores que impactam diretamente no orçamento e que devem ser considerados no planejamento para evitar surpresas, e para adaptar a viagem ao seu perfil e às suas possibilidades.
Destino escolhido: nacional x internacional, cidade cara ou barata
O local da viagem é um dos principais determinantes de custo. Destinos internacionais, especialmente na Europa, Oceania e América do Norte, tendem a ser mais caros devido ao câmbio, passagens e custo de vida local. Por outro lado, países da América Latina e algumas cidades brasileiras oferecem opções mais acessíveis. Além disso, dentro de um mesmo país, há destinos mais caros (como grandes capitais ou cidades muito turísticas) e outros mais econômicos.
Duração da viagem
Quanto mais tempo fora, maior será o investimento, mas também maior a chance de diluir certos custos fixos, como a passagem aérea. É possível fazer uma viagem curta com orçamento enxuto, ou uma mais longa com foco em economia, como no caso de mochilões ou experiências voluntárias. O segredo é encontrar o equilíbrio entre o tempo disponível e o valor que você pode (ou quer) gastar.
Estilo de viagem: mochilão, intermediária ou luxo
Seu estilo de viagem também pesa no orçamento. Quem opta por um mochilão pode economizar bastante com hospedagem, transporte e alimentação. Já viagens intermediárias equilibram conforto e economia, enquanto as experiências de luxo envolvem hotéis sofisticados, restaurantes renomados e serviços personalizados. Não existe certo ou errado, o ideal é alinhar seu estilo com seus objetivos e finanças.
Estação do ano: alta e baixa temporada
Viajar na alta temporada, como férias escolares, feriados prolongados e verão em destinos turísticos, costuma elevar significativamente os preços de passagens, hospedagens e atrações. Já durante a baixa temporada, os valores caem, os locais estão mais vazios e as promoções são mais frequentes. Se você tem flexibilidade de datas, esse é um ponto estratégico para economizar sem abrir mão da qualidade da experiência.
Principais Custos de uma Viagem Solo
Viajar sozinha exige um olhar atento para o planejamento financeiro. Sem alguém para dividir despesas como hospedagem ou transporte, é importante saber onde e como investir seu dinheiro. A seguir, você confere os principais custos envolvidos em uma viagem solo e dicas práticas para economizar sem abrir mão da experiência.
Passagens (aéreas, rodoviárias, trens, etc.)
As passagens geralmente representam uma das maiores fatias do orçamento, especialmente em viagens internacionais. A boa notícia é que dá para economizar com estratégias simples:
Ative alertas de preço em sites como Google Flights ou Skyscanner.
Use milhas ou pontos de programas de fidelidade.
Tenha flexibilidade de datas e horários, pois voos durante a semana ou de madrugada costumam ser mais baratos.
Considere alternativas como ônibus, trem ou até caronas (Blablacar, por exemplo, na Europa)
Hospedagem
Quem viaja sozinha precisa escolher bem onde vai dormir, equilibrando segurança, conforto e custo. As opções são diversas:
Hotéis são econômicos e ótimos para conhecer outras pessoas (alguns oferecem quartos privativos)
Airbnb pode ser vantajoso em estadias mais longas.
Hotéis oferecem mais conforto, mas tendem a ser mais caros, evite pagar sozinha por quartos grandes se não for usar o espaço.
Couchsurfing é gratuito e promove trocas culturais, mas exige atenção redobrada à segurança.
Dica: leia avaliações e priorize locais com boa localização e referências confiáveis.
Alimentação
Comer bem sem gastar muito é possível, especialmente quando se está atenta às escolhas:
Restaurantes locais costumam ser mais baratos que os turísticos.
Fazer compras em mercados locais e cozinhar no hostel ou Airbnb ajuda a economizar.
Aposte em refeições maiores no almoço (quando os menus costumam ser mais baratos) e lanches mais simples no jantar.
Transporte local
Explorar a cidade de forma prática e econômica é parte do planejamento:
Transporte público (metrô, ônibus, VLT) é seguro e acessível em muitos destinos.
Aluguel de bicicleta ou scooter oferece liberdade em lugares planos ou com ciclovias.
Apps de corrida, como Uber ou 99, são úteis à noite ou em locais sem acesso fácil a transporte público.
Dica extra: pesquise se há cartões turísticos com passagens ilimitadas por alguns dias.
Passeios e atividades
Parte essencial da viagem, os passeios também exigem organização:
Reserve ingressos com antecedência para evitar filas e garantir bons preços.
Participe de city tours gratuitos (os “free walking tours” funcionam à base de gorjetas).
Valorize experiências culturais autênticas, como aulas de culinária, dança ou artesanato.
Lembre-se de separar uma parte do orçamento para as atrações que são realmente imperdíveis para você.
Seguro viagem
O seguro viagem pode parecer um custo extra, mas é um item indispensável, especialmente para quem está sozinho. Ele cobre desde imprevistos médicos até extravio de bagagem ou cancelamentos.
Além de garantir proteção, transmite segurança emocional, algo fundamental para curtir a viagem com tranquilidade.
Extras e emergências
Sempre reserve uma parte do orçamento para gastos imprevistos, como:
Medicamentos ou idas à farmácia
Lembrancinhas e compras não planejadas
Taxas extras (bagagem, city tax, transporte especial)
Ter essa reserva ajuda a lidar com surpresas sem comprometer o restante da viagem.
Dicas para Economizar Viajando Sozinha
Viajar sozinha pode, sim, ser uma experiência acessível e econômica, especialmente com algumas estratégias na manga. Com escolhas inteligentes e um olhar atento às oportunidades, dá para viver momentos inesquecíveis sem comprometer o bolso. Aqui vão algumas dicas práticas para quem quer economizar na viagem solo:
Programas de fidelidade, cashback e cupons
Antes de reservar passagens, hospedagens ou até mesmo contratar seguro viagem, vale verificar se há programas de fidelidade, sites de cashback (como Méliuz ou Cuponeria) ou cupons de desconto disponíveis. Muitas plataformas oferecem vantagens para clientes recorrentes, e isso pode significar uma boa economia ao longo do tempo.
Viajar fora de temporada
Evitar períodos como férias escolares, feriados e alta estação (verão em destinos de praia, por exemplo) é uma das formas mais eficientes de economizar. Na baixa temporada, os preços caem e a experiência costuma ser ainda mais tranquila e autêntica, com menos filas, multidões e agitação.
Grupos de viajantes solo para dividir passeios
Mesmo viajando sozinha, você pode se conectar com outras pessoas e dividir custos de passeios, transporte ou até refeições. Grupos no Facebook, comunidades no Instagram ou aplicativos como o Backpacker ajudam a encontrar outros viajantes solo com interesses parecidos.
Cozinhar e levar snacks
Comer fora o tempo todo pode pesar no orçamento. Sempre que possível, opte por hospedagens com cozinha compartilhada (como Hotéis ou Airbnb ‘s) e aproveite para preparar suas próprias refeições. Também vale levar snacks na mochila para evitar gastos desnecessários durante o dia, frutas, barrinhas, castanhas e sanduíches simples são práticos e salvam nos intervalos entre os passeios.
Trabalhar viajando: freela, voluntariado e experiências culturais
Se você tem flexibilidade profissional, considere trabalhar enquanto viaja. Freelancers podem manter a renda ativa durante a viagem, e programas de voluntariado (como Worldpackers ou Workaway) permitem trocar habilidades por hospedagem e alimentação. Além de economizar, essas experiências promovem conexões profundas e um mergulho na cultura local.
Exemplos de Orçamentos por Tipo de Viagem
Cada viagem tem sua cara, e seu custo. O orçamento de um viajante solo varia conforme o destino, o tempo de permanência, o estilo da experiência e, claro, o planejamento envolvido. A seguir, veja três exemplos de roteiros com perfis diferentes para ter uma ideia mais concreta do que esperar financeiramente:
💼 Mochilão pela América do Sul (baixo custo)
Duração: 20 a 30 dias
Países possíveis: Bolívia, Peru, Chile, Colômbia, Argentina
Estilo: Econômico (hostels, ônibus, alimentação simples)
Média de gastos: R$ 6.000 a R$ 8.000
Passagens (ida e volta): R$ 1.200 a R$ 1.800 (dependendo do país de entrada)
Hospedagem: R$ 50 a R$ 100 por noite (hostels e hospedagens simples)
Alimentação: R$ 30 a R$ 60 por dia
Transporte interno: ônibus e vans (baixo custo)
Passeios: Machu Picchu, Salar de Uyuni, Deserto do Atacama (muitos com preço acessível)
Dica: Negociar diretamente com agências locais e viajar em baixa temporada ajuda a baixar ainda mais o custo.
🌍 Europa em 15 dias (intermediário)
Duração: 15 dias
Roteiro sugerido: Portugal, Espanha, Itália
Estilo: Moderado (Airbnb, passagens low cost, atrações pagas)
Média de gastos: R$ 12.000 a R$ 15.000
Passagens aéreas: R$ 3.500 a R$ 5.000 (com antecedência e flexibilidade)
Hospedagem: R$ 150 a R$ 300 por noite (Airbnb, hostels com quarto privativo)
Alimentação: R$ 70 a R$ 120 por dia
Transporte interno: trem ou voos low cost (Ryanair, EasyJet)
Passeios: museus, city tours, entradas históricas
Dica: City cards (como o Lisboa Card ou Roma Pass) ajudam a economizar nas atrações e no transporte.
⛩️ Japão solo (alto custo, mas possível com planejamento)
Duração: 14 dias
Cidades-base: Tóquio, Kyoto, Osaka
Estilo: Confortável e bem planejado
Média de gastos: R$ 17.000 a R$ 22.000
Passagens aéreas: R$ 6.000 a R$ 8.000
Hospedagem: R$ 250 a R$ 400 por noite (hotéis cápsula, guesthouses)
Alimentação: R$ 100 a R$ 150 por dia (inclusive com refeições em kombinis e mercados locais)
Transporte: JR Pass (em torno de R$ 1.500 para 7 dias ilimitados)
Passeios: templos, parques, museus, experiências culturais
Dica: O Japão é um país seguro e extremamente organizado, o que facilita a vida da viajante solo. Com planejamento, é possível equilibrar conforto e economia, e ainda viver uma experiência única.
Ferramentas e Aplicativos para Planejar Gastos
Uma viagem solo bem-sucedida começa com um bom planejamento, especialmente quando o assunto é dinheiro. Felizmente, existem diversas ferramentas e aplicativos que ajudam a acompanhar os gastos, montar orçamentos realistas e evitar surpresas. Aqui estão algumas opções úteis para quem quer ter o controle financeiro da viagem na palma da mão:
📊 Planilhas de planejamento
As clássicas planilhas ainda são uma das formas mais eficientes de visualizar o orçamento da viagem. Elas permitem que você categorize despesas, simule cenários e acompanhe quanto já gastou. Você pode:
Criar sua própria planilha no Excel ou Google Sheets
Baixar modelos prontos com categorias como: passagens, hospedagem, alimentação, transporte local, passeios, seguro e extras
Atualizar durante a viagem para manter o controle diário
📱 Aplicativos de finanças para viagem
Aplicativos são ótimos aliados para quem quer acompanhar os gastos em tempo real. Alguns dos mais indicados para viajantes solo incluem:
Trail Wallet (iOS): feito para viajantes, permite registrar despesas por categoria e visualizar quanto ainda pode gastar por dia.
Travel Spend (Android e iOS): registra gastos em diferentes moedas e funciona offline.
Splitwise: ideal se você encontrar outras viajantes e quiser dividir custos de forma justa.
Mobills ou Organizze: apps brasileiros para controle financeiro geral, que também servem bem para viagens.
🧮 Calculadoras de orçamento
Antes mesmo de comprar a passagem, é interessante usar calculadoras online de orçamento de viagem. Elas estimam o custo médio diário por cidade ou país, com base em perfis diferentes (econômico, intermediário, luxo). Algumas opções:
BudgetYourTrip.com
Nomadlist.com
Quanto Custa Viajar (brasileiro): oferece estimativas em reais e dados de cidades nacionais e internacionais.
Essas ferramentas ajudam a definir um valor-base por dia e a fazer escolhas mais conscientes antes de embarcar.
Conclusão
Viajar sozinha não precisa ser sinônimo de altos custos, e este artigo mostrou que, com organização e escolhas conscientes, é totalmente possível viver experiências incríveis sem estourar o orçamento. Desde destinos econômicos até opções mais ousadas como o Japão, tudo é questão de planejamento, prioridade e criatividade.
Mais do que economizar, planejar sua viagem solo significa assumir o controle da jornada: decidir onde ir, como ir, quanto gastar e o que viver. É liberdade com responsabilidade, e o resultado é empoderador.
✨ Então, que tal começar hoje mesmo a tirar esse sonho do papel? Use as ferramentas certas, pesquise com carinho, monte seu roteiro e dê o primeiro passo para uma das experiências mais transformadoras da sua vida.